2024 – #12 – Útil

Irigo explorava o solo de uma região fechada há décadas pelo governo central. Por fora, uma barreira murada com concreto armado, com vários furos e buracos onde se podia ver um campo cinzento, com muita névoa em um altiplano árido.
Na barreira constavam várias placas que diziam ser proibida a entrada, e as torres altas funcionavam como um tipo de panóptico, nunca se sabe se realmente há alguém vigiando de lá, mas o medo era sentido por todos os habitante da pequena cidade universitária de Savjiol.
Irigo passara suas tardes buscando maneiras de desafiar o sistema de controle, e desenvolveu técnicas de acessar a região sem ser notado. Através de túneis, roupas de cor parecida à do solo e movimentos que se camuflassem à névoa, Irigo passou a fazer pequenas escavações na região semi-desértica para entender o que havia de tão importante ali.
Encontrou vários fragmentos aleatórios, os levava para casa em segurança e descobriu que, juntos, não faziam sentido algum. Quanto mais escavava, mais encontrava objetos.
Nos laboratórios da universidade tampouco encontrava algo que pudesse ajudá-lo. Queria entender a funcionalidade de cada um daqueles objetos, fragmentos de algo que outrora passou por ali e que não poderia ser descoberto. Separados não faziam sentido, e juntos não combinavam.
Irigo recolhia restos, desejando ser um sujeito predestinado a fazer uma grande descoberta.
Mal sabia que o rastro de fragmentos deixados ali eram apenas descartes aleatórios.



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La Idea

um gravador, que faz gravuras; um bicicleteiro que anda de bicicleta; um rugbr que joga rugby.

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