Novidades na loja

Simmmm, panos de prato para pessoas revoltadas e descoladas (ao mesmo tempo) estão disponíveis para compra na loja virtual.
Algumas estampas são exclusivas de panos de pratos, outras são aproveitamento de telas das camisetas.
Os panos de prato são feitos daquele material chamado PÉ DE GALINHA, que dizem ser os que mais secam e os que mais duram. Pelo menos é o que reza a lenda.
Infelizmente os de cor preta são levemente mais caros que os brancos.

Queimando olho

Domingo de manhã eu queimei meu olho esquerdo. Eu não estava brincando com fogo, nem olhei um eclipse sem raio-x. Não teve calor, nem chamas e nem foto-ofuscamento. Foi uma queimadura química provocada por agentes tipo C-Corrosivos.
Traduzindo a situação, eu guardei a manhã de domingo para tirar fantasmas das telas de serigrafia. Os fantasmas são manchas químicas e gordurosas que se fixam nas telas, e ainda que não dê nenhum problema, elas podem dificultar a fixação da emulsão fotossensível, fazendo com que a tela abra nas regiões frágeis e a impressão fique manchada.
Eu comprei o Remoclean Removedor Mono, comprei luvas de neoprene resistentes à corrosão, comprei óculos de segurança e máscaras. Foram 3 sessões de limpeza, e a ideia era tirar os fantasmas de quase todas as telas desgravadas que tenho aqui no meu estúdio. Nas duas primeiras sessões ocorreu tudo certo. Passo o produto, aguardo 15 minutos, jateio com água e a tela fica extremamente limpa, sem vestígios que fora outrora utilizada.
Na última sessão, domingo, me aguardavam as maiores telas, que eu uso com menos frequência e por isso eu estava em um clima mais tranquilo e, aparentemente, mais desatento. Eu logo coloco os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e já inicio o processo de passar o Remoclean nas telas grandes. Eis que o primeiro momento horrível de 2024 aparece.
A esponja de nylon agarra na lateral de uma das telas e ricocheteia em minha direção parte do produto químico, corrosivo, ácido. Foi a pior maneira de descobrir que eu havia me esquecido de colocar os óculos de proteção. Várias coisas passaram pela minha cabeça. Com o impacto e o início da ardência, minha primeira reação foi tapar o olho com a mão e correr em direção a um tanque. Segurei minha pálpebra aberta e deixei água corrente escorrer no olho esquerdo, que ardia em chamas. Não, eu não enxergava nada, tudo embaçado à minha frente. O nervoso que eu tenho com qualquer coisa que envolve olhos foi deixado de lado para que eu pudesse salvar minha visão. Meu olho ardia como se fosse uma bola de fogo.
Após alguns minutos debaixo da torneira do tanque, entrei em casa para enxugar a cara enquanto acordava minha companheira com os dizeres: “ACORDA, ME LEVA PRO HOSPITAL, QUEIMEI O OLHO!”.
Foi difícil compreender que eu poderia perder parte da visão naquele momento. Eu lacrimejava muito, e eu ainda não sei se eram lágrimas provenientes da resposta do corpo à queimadura ou ao choro pela ardência e pelo vacilo que eu tinha dado naquela manhã. Minha companheira levanta correndo, estava conversando com alguém no celular. Ela me pergunta “Qual produto que é? Quais os ingredientes?” e eu só consigo responder que eu não sei, só sei que é corrosivo. Ela conversa com uma amiga que é oftalmologista, e nós buscamos por informações na embalagem do Remoclean. R20/21/22-35 S 7/9 – 26-36/37/39-45. Esse código são as únicas informações que aparecem. Acessamos o Boletim Técnico no site da empresa fabricante, e na seção dos ingredientes um belo “Segredo de Fábrica” frustra nossa intenção de descobrir como tratar a queimadura.
Meu olho ardia, e eu seguia segurando minhas pálpebras abertas debaixo da torneira aberta com água corrente. Menos mal que, apesar da ardência e do embaçamento, eu conseguia enxergar alguma coisa. Saímos de casa, seguimos para o hospital para consultar com um plantonista. Após um tempo de espera razoável tenho meu olho esquerdo analisado por um profissional.

Ele me diz que eu tive sorte, pois havia apenas uma irritação na parte branca do olho, nada atingiu córneas.
Ele me disse que eu ainda ficaria uns dois dias com muito incômodo no olho.
Ele me disse que eu deveria pingar um colírio anti-inflamatório de 6 em 6 horas, durante 5 dias.
Ele me disse que eu deveria pingar colírio comum de hora em hora, pra ajudar na lubrificação.

Hoje é meu último dia de colírio anti-inflamatório. Ele arde. Eu nunca tive o costume de usar colírio. Não me agrada o gosto que surge na garganta após pingar qualquer colírio nos olhos. Eu não sabia pingar, sempre errava a mira. Depois de alguns dias pingando, já me tornei expert em pingar somente no olho. A prática leva à perfeição. E eu que jurei que sairia do hospital com um tapa-olhos, saí apenas com uma sensibilidade à luz. Não conseguia ver telas, doíam meus olhos. Eu tinha uma sensação esquisita de que havia areia debaixo da minha pálpebra superior. Meu olho inchou, ficava fechado bastante tempo, e as pálpebras grudavam com a quantidade de remelas que surgiam. Na terça-feira meu olho amanheceu aberto, com muito menos incômodo, mas ainda lacrimejando bastante.
Tudo passou pela minha cabeça nesses dias para cá, tudo.

Eu ainda não tive coragem de limpar os fantasmas das telas maiores.

Animaçãozinha relax de momentos tensos

Impressão do livro Haicaipiras

Uma das coisas curiosas que ~felizmente~ surgiram com a pandemia, foi a capacidade de nos aliarmos de maneiras mais sólidas com outrxs artistas. Nos víamos todxs em situação de vulnerabilidade, passando apertos pra pagar as contas, isoladxs da vida social, dos contatos, das redes, e a vida virtual de repente surgiu como uma possibilidade de interação (e hoje eu acho isso um saco, hahaha, mas eu entendo que ficamos muito dependentes das redes nesse período, era uma necessidade). Não que as associações, parcerias e colaborações não existissem antes, mas acho que no contexto pandêmico, sobretudo no início, estávamos mais abertxs à produção coletiva.
Uma das pessoas, que logo se tornaram duas e três, que conheci nesse contexto foi o Vitor Pedroso, aka Piruá Gravuras. O mano tem formação em Grego Clássico e Violão Clássico (ou algo assim) , e descobriu a gravura em uma oficina. Logo foi encantado pela técnica e desenvolveu uma rede enorme de artistas gravadorxs, e durante a pandemia conseguiu desembolar tantos contatos que foi o responsável pelo planejamento da maior troca de gravuras que o mundo já viu, o Escambo Gráfico. E eu digo que logo se tornaria duas e três pessoas, porque é impossível acompanhar as atividades do Vitor e ignorar o corre da Lud e do Joca. O Escambo, hoje, é tocado pelxs três (em maior ou menor proporção, rs) e o trabalho que elxs têm desenvolvido merece toda admiração e respeito possíveis.
Digo isso tudo porque, desde que nos conhecemos virtualmente, eu e Vitor trocamos muitas ideias, sobre técnicas, sobre artistas, sobre grego (hahahaaha) e sobre a vida também. Me lembro que meu pai havia adoecido com menos de 1 ano de pandemia por conta de um tumor, e eu andava meio mal da cabeça por conta de tudo que estava se passando. Conversar com o Vitor sobre isso, sobre minhas tensões e preocupações, e sobre tudo que estava rolando foram momentos importantes nesse processo todo.
Esta poderia, muito bem, se tornar uma postagem de boas memórias e elogios, mas eu gostaria de falar sobre outra questão. Eu e Vitor conversamos várias vezes sobre fazer alguma produção em parceria, mas a logística ou o tempo sempre iriam atrapalhar de alguma forma. Até que o Vitor chegou com uma ideia sensacional: produzir uma edição de um livro de haikais de maneira 100% artesanal. O livro já tinha nome, Haikaipiras ~haikais com a temática caipira.
O projeto demorou algum tempo para sair do papel, mas, para minha surpresa, Vitor já havia se associado a outros dois escritores/poetas para dar corpo à obra. Ele me enviou as páginas já diagramadas no tamanho A5, eu orcei o valor do meu trabalho e dos materiais que iria utilizar, incluindo todos os papéis.
Quando ele me pediu para iniciar a produção, já estava tudo pronto. As telas de serigrafia gravadas com toda a parte de texto só aguardavam a passagem da tinta.
Após a impressão de todas as páginas feitas de forma manual, enviei tudo pelos Correios para Araraquara/SP, localidade onde vivem Vitor e Lud (e Joca). Lá, Vitor pegou as páginas do Papel Pólen Bold que sobraram das impressões, e que foram enviados juntos com as páginas impressas, e imprimiu suas ilustrações em xilogravuras, dialogando com o texto e com a temática da obra.

Recentemente chegou um exemplar aqui em casa. Fiz 54 impressões de cada página, e foi o suficiente para criarmos uma edição fechada de 50 cópias, mais 1 cópia para cada pessoa que participou do processo de produção. O resultado não poderia ser diferente. O acabamento e a costura, também feitas de forma manual, é um espetáculo à parte. O resultado é uma obra incrível, que dá gosto de ver, de manusear, de ler, de observar. O projeto foi manual e artesanal em todas etapas possíveis, e nele é possível perceber cada gota de suor nas páginas impressas em serigrafia e em xilogravura.

Talvez a palavra “orgulho” seja pouco para definir a sensação de ver a matéria desta obra. Ver algo produzido de forma artesanal, com vários mãos e mentes em ação, é algo que dá gosto. Enfim, só tenho a agradecer ao Vítor, Lud, Emmanuel e Fábio (e Joca) por me possibilitarem fazer parte deste processo. Cada haiku que leio me tira desse lugar rígido que é a cidade, me leva prum lugar mais suave, mais sereno, mais maleável. Cada ilustração que vejo me faz lembrar de um tempo mais leve, menos corrido, mais contemplativo. A obra me trouxe uma sinestesia que há muito não sentia. São memórias que retornam, sobre pessoas, locais, gestos e situações. Sem palavras que possam descrever o que se passa na minha cabeça quando escrevo sobre a obra.

Obra: Haicaipiras (2023)
Haikus: Emmanuel Santiago
EpiGrama: Fábio Cairolli
Ilustrações em xilogravura: Vitor Pedroso aka Piruá
Impressão do texto em serigrafia: La Idea
Encadernação e Acabamento: Ludmila Siviero e Vitor Pedroso
Tiragem limitada/numerada em 50 cópias

Finalmente saiu a parceria que tanto almejávamos. A primeira de muitas (assim espero). Foi um prazer e um privilégio produzir com vocês. A minha parte do processo de produção foi toda gravada e pode ser vista no vídeo abaixo.
Obrigado.

Serigrafia – Brinque com sua fera

Em 2023 eu fui selecionado, mais uma vez, pra participar da troca de gravuras denominada Escambo Gráfico. É uma iniciativa que o Vitor Pedroso (aka Piruá) e a Ludmila Siviero, de Araraquara, organizam anualmente. Eles fazem uma seleção “por ordem de chegada”, separam as inscrições em diversos grupos, recebem as cópias das gravuras de cada participante, criam as pastinhas de cada grupo, e reenviam para cada participante o combo de gravuras de gente do mundo todo. Mó trampo. Mas é com muita satisfação e orgulho que eu digo que gosto de participar destas trocas, conhecer novxs artistas, novas formas e técnicas de gravar e de imprimir, ver novos estilos, novas temáticas, é muita riqueza envolvida em todo esse processo. O Escambo surgiu durante a pandemia e tem produzido ótimos resultados em compartilhar ideias, técnicas e colocar pra circular conhecimentos. Só tenho a agradecer pela existência dele.

Para este ano, eu tive a ideia de criar uma serigrafia de 4 cores em um processo completamente analógico. Desde a pesquisa de referências, de temáticas, até a gravação e a impressão. A pesquisa imagética foi feita exclusivamente a partir de livros. Os esboços foram feitos a lápis em papel, todo o acabamento do desenho foi feito com caneta nanquim. Os vegetais para gravação das telas foram preparados com caneta Posca e mesa de luz. As telas foram gravadas com emulsão pré-sensibilizada (Agabê Unifilm-WR) em poliéster amarelo, 90 fios. Foram utilizadas tintas a base de água Gênesis Grafcryl e a impressão foi feita em papel Vergê Plus, 220g, cor Ônix. Essas últimas informações foram essenciais para se pensar no que é surpresa em um processo de impressão artesanal.

O esboço foi feito em um papel branco utilizando nanquim preto. Já a impressão foi feita em papel preto e o desafio maior foi pensar em como ficariam as cores na impressão, já que eu não usei nenhum tipo de recurso digital para fazer esse teste antes. Todas as sombras, luzes e detalhes foram somente imaginados em como poderiam resultar ou funcionar. Foi um verdadeiro achômetro, ainda mais partindo de alguém que é daltônico. Muita ousadia de minha parte. O resultado foi esse, um caos de linhas, ora luzes, ora sombras, ora pinturas corporais. Uma cena, talvez noturna ou aquática, de duas crianças indígenas brincando com sua fera, enquanto esta utiliza uma máscara de dragão e se emaranha com as sutilezas das crianças.

Não aprisionar, não maltratar, não ter medo. Brinque com a fera.
Esta gravura está disponível para venda clicando aqui.

O Escambo Gráfico é um projeto cuja participação é 100% gratuita. Porém, possui custos elevados de logística. Todos os participantes que podem, doam alguma quantia de qualquer valor para ajudar nos gastos, mas ainda assim há muitos artistas que não podem doar. Se você quer ajudar o projeto, compre a gravura na minha loja virtual que eu repasso parte do valor da venda para ajudar o projeto, ou faça uma doação de PIX de qualquer valor para a chave graficoescambo@gmail.com
Obrigado.

Brinque com a Fera – Serigrafia em papel Vergê Plus 220g – Tiragem: 48 cópias – La Idea 2023
Veja o processo de produção neste vídeo

Camisas dos Guaxininhos – Pré-venda até 18/03/23

COMPRE CLICANDO AQUI

**PRÉ-VENDA ATÉ 18/03**

Previsão de envio: 15/04/23

Guaxinins expropriadores, invadem espaços abandonados para se apresentarem. Assim funciona o grupo ROBA y COMPARTE, cujxs integrantes fazem uma mescla de instrumentos acústicos e mal regulados para tocar as canções mais ousadas do Folk, da Kumbia, e do Krust, compartilhando ideias e experiências. Em 2023 saem em turnê pelo continente Abya Yala, abrindo os corações e as mentes, liberando os quatro muros de qualquer que seja seu proprietário.
“Kontra toda autoridade, a favor da Koletividade!”

Camisetas tipo Raglan, produzida 100% com algodão ecológico Menegotti, de alta qualidade.
Estampa produzida em serigrafia artesanal, no estúdio La Idea (BH-MG)
Camisa branca com mangas pretas.
Disponíveis em vários tamanhos (Do PP ao XG).

Roba y Comparte – Abya Yala gira 2023

Roubar e compartilhar pelo continente é o tema da banda imaginária Roba Y Comparte, composta por Guaxinins vestidos a caráter, enquanto tocam belas canções de protesto ao som de Kumbia, Crüst e FolkPunk. A ideia surgiu a partir de um diálogo com minha amiga Laís, onde ela falava sobre o simbolismo anarquista dos guaxinins, que roubam, furtam e enfrentam autoridades, sempre de forma coletiva. Ela me enviou vídeos para demonstrar isso. A analogia com anarkopunx foi imediata. A ilustração foi produzida no início de 2023, bem como alguns cartazes e em breve será feita estampa de camisas também.
Sobre as bandas colocadas nas estampas, patches e adesivos nas vestimentas e instrumentos dos Guaxininhos, aqui vai uma lista:
– Bestiärio
– Cólera
– GBH
– Days n’Daze
– Against Me!
– Pigeon Pit
– Dead Kennedys
– La Lira Libertária
– Black Flag
– Las Calles
– Los Dolares
– Los Crudos
– Fun People
– Tragedy
– Crass
– Rastilho
– Doom
– DER

O PÔSTER EM SERIGRAFIA, TAMANHO A3, PODE SER ADQUIRIDO CLICANDO AQUI.

Capas do livro Balbúrdia, de Iago Passos

É com muita alegria que anuncio aqui a produção das capas do livro Balbúrdia, de Iago Passos. É uma capa bem interessante, com referências aos emojis, projeto do Preto Matheus que também desenvolvia projetos parecidos no coletivo 4e25. Foi produzia em serigrafia, metade das capas na cor preta, e a outra metade na cor branca. As capas foram impressas aqui no meu estúdio, e levadas para a Editora Impressões de Minas para a finalização do livro. O livro está em financiamento coletivo e pré-venda até este início de dezembro, e você pode adquirir seu livro e recompensas clicando aqui. Se animar, ajude a divulgar a campanha, tá quase na meta já.

Impressões dos poemas visuais da Débora

Olá pessoal, passando aqui para publicar o e-mail que recebi da minha amiga Débora, que conheci em um curso de fanzine e escrita promovida pela Papelícula e Estratégias Narrativas. Ela me procurou para fazer as impressões em serigrafia de uma série de poesias dela. Os cartazes estão à venda, com promoção se comprar o kit das três impressões. Os próximos parágrafos são de autoria da Débora Diburim:

Olá!

Com grata alegria, chego pra contar que os poemas visuais da série “a voz das minhas avós” estão disponíveis em pôster em serigrafia, mui caprichosamente confeccionada por La Idea (@cyco.idea)

O verso “a voz das minhas avós” ficou girando na minha cabeça e no meu coração desde 2012, quando vó Zezé fez a passagem. Em 2021, uns dias após a primeira aula sobre poesia visual com Juliana Pondian, no curso Poesia Expandida do Centro de Referência Haroldo de Campos, da Casa das Rosas, São Paulo (SP), me peguei digitando a frase no Word. Variei o corpo da fonte, ponto a ponto, até o tamanho 1, e apareceu uma imagem ambígua: língua e/ou púbis – esta última forma acabou engendrando um segundo poema: “a fala da minha mãe”. Experimentei diferentes fontes e aquela que mais teve a cara – ou a corpa – dos poemas foi uma da família Lucida, para minha grata surpresa, cocriada por uma mulher: Kris Holmes. Um terceiro poema veio completar a série: “as rimas das minhas irmãs”.

Numa montagem com fotos de família, apresentei esses poemas no sarau Foice, em julho’21. Em seguida, eles viraram lambes (cartazes de rua), especialmente para compor o mural idealizado pela artista Marlene Santana, na Vila Medeiros, em São Paulo (SP). Depois, esses lambes estiveram à venda no Leilão Piolho Nababo Topa-Tudo, no Instituto Undió, em Belo Hrizonte (MG), em dezembro’21. Mais recentemente, estiveram em outro mural, no Festival de Colantes, em Uberlândia (MG).

Agora, os três poemas são também PÔSTER em SERIGRAFIA. Para quem quiser o(s) seu(s), aí vão os detalhes: serigrafia. Tamanho A3 ( 297x420mm). Papel ColorPlus Branco Alaska 120g. Impressão em vermelho. R$50, cada, ou R$120, o trio. Envio para onde você estiver. Para adquirir o(s) seu(s), basta responder a este e-mail.

E para quem ainda não me conhece, me apresento: sou Débora Rossi Fantini (1983), poeta, jornalista e servidora pública. Nasci em Sabará (MG), vivo em Belo Horizonte (MG). Atuo no campo da poesia expandida, transitando por tipografia, caligrafia e bordado, dentre outras linguagens. Autopubliquei o livro de poemas “Vulcã” (2021), disponível no perfil do instagram @diburim. Sou autora de “alfabe)r(to”, livro em processo publicado no perfil @diburim.docx. Publiquei poemas em revistas como “A Zica”, “Goma”, “Eu Tenho uma Objeção”, “Bufo” (no prelo). Expus na Uma Mostra – Galeria de Arte Virtual Unifal.

Abra-

sol,

Débora

Tempos de promoções

Estou em uma campanha para tentar dar uma esvaziada no meu estoque de camisas, abrir espaço para uma nova produção e novas ideias. Portanto, todas as camisas da Loja Virtual estarão com valor de R$30, e diminuirão para R$25 se comprar 2 ou mais unidades.
Vender camisas é uma tarefa muito ingrata. Exige um alto investimento inicial e possui um retorno a longuíssimo prazo. É tão longo que você praticamente nem percebe o dinheiro que entrou com essas vendas. Pra valer a pena, o volume de vendas a curto prazo deveria ser alto, mas infelizmente não é assim.
Então, bora colocar essas camisas pra circular a preços baixos e abrir espaço para novidades.

Prestação de serviços em serigrafia

Durante a quarentena tive a oportunidade de trabalhar como impressor serígrafo para dois artistas. Na real, os trabalhos eram para ser entregues antes da pandemia, mas o isolamento acabou atrapalhando um pouco meu processo.

O primeiro trabalho foi para o artista André Nicolau, que me procurou para fazer impressões de suas ilustrações, e parte foi para o Projeto Arte Pela Cesta, que trocava cestas básicas por arte e ajudava pessoas e comunidades em situação de carência e vulnerabilidade. A arte em si tava bem massa, a gravação ficou muito boa, mas eu tive um pouco de dificuldade com a mistura de cores pra poder imprimir, rs. Daniel de Carvalho, Natália e o próprio artista André Nicolau me auxiliaram nessa fabricação. O processo em time lapse bem como o resultado pode ser conferido no vídeo a seguir.

Por intermédio do Ricardo Reis Erre Erre, fiz essa impressão em três cores com a ilustração de B. Perini. Essa foi um desafio um pouco maior, pois tive que fazer alterações manuais no laser film que estava causando diferenças tonais e marcas que não deveriam haver. Filmes corrigidos, telas gravadas e 150 cópias em 3 cores (450 impressões, ufa). O processo em time lapse e o resultado da impressão pode ser conferido no vídeo a seguir.

Processo de criação de estampa geométrica

Eu e minha companheira, Natália, estávamos com a ideia de fazer umas peças de Jogo Americano aliando os estudos dela de costura com meus estudos de arte/serigrafia. Já tem alguns meses que começamos a planejar, e o projeto foi caminhando bem lentamente. Para começar o projeto, criamos modelos de corte e costura de jogo americano, pesquisamos um bom tecido para essa finalidade e compramos para deixar tudo pronto.

Nosso segundo passo foi trabalhar na arte da estampa. Como queríamos algo feito de forma bem artesanal, optamos por utilizar arte geométrica, desenhada com régua para criar o estilo. Busquei referências nas padronagens, principalmente de, Kayapó-Xikrin e Asurini para criar a estampa do Jogo americano. As referências que eu utilizei estão presente no livro “Grafismo Indígena”, organizado por Lux Vidal.

Depois de pesquisada as referências, chega o momento de criação. Queríamos um desenho geométrico, que ocupasse toda a borda do Jogo que se fosse uma faixa contínua. Optamos pelas linhas paralelas em diagonais, alterando a espessura da linha, e separadas por triângulos chapados. Uma alusão ao cesto Pacará, com as tramas bem demarcadas. Todo o desenho foi feito apenas utilizando lápis e régua, sem nenhum tipo de processo digital.

Depois de ter o esboço pronto foi o momento de criar o laser film para poder gravar a tela de serigrafia. Foram utilizados 2 papéis vegetais tamanho A3 colados juntos, para conseguir obter um desenho grande. Todas as linhas foram feitas com canetas POSCA (1M, 3M e 5M), pois é um dos poucos materiais onde você consegue um preto opaco em papel vegetal. Infelizmente o vegetal, por ser muito fino, costuma enrugar um pouco devido à carga de tinta da caneta POSCA.

Depois de gravada a tela é hora de decidir as cores que iremos utilizar. Os panos que compramos são vermelho e azul marinho, e a ideia era usar a mesma cor para estampar nos dois. Decidimos pelo dourado pois chamaria atenção em ambas cores, ficaria bem legal e ainda daria um ar mais elegante pro objeto. Utilizei tinta Gênesis Hydrocril e uma tela 44 fios, um rodo amarelo e o mesmo berço de camisas com cola permanente para fazer as estampas. Ainda não fechamos a costura para dar o acabamento, mas fiquei tão empolgado com o resultado desta etapa que decidi escrever esse post antes mesmo de finalizar.

Em breve coloco aqui o resultado da costura com o acabamento todo certinho e se tudo der certo, estará disponível para venda na Loja Virtual. Grande abraço e espero que tenham gostado.

Mais estudos com cromia

Disponibilizei para venda mais um policromia que eu fiz. Desta vez, optei por pontos em formato elíptico que, em teoria, me daria uma riqueza maior de detalhes. Como a foto de referência foi diferente eu perdi a oportunidade de comparação entre as duas possibilidades. Mas o resultado me agradou muito. Para as próximas, talvez eu tente diminuir um pouco os pontos para ter ainda mais detalhes, vamos ver.

A policromia está disponível para venda clicando aqui.

Sobre policromia e serigrafia

Neste mês de Junho estou retomando as atividades em meu atelier. Fiquei um tempo parado, tentando trabalhar em casa e, desde o início deste mês, iniciei uma série de reformas no meu espaço de trabalho. Ainda precisando aquecer as técnicas, andei treinando algumas coisas para retomar as atividades, reorganizar os espaços, ver os materiais que ainda tenho disponíveis, o que ainda dá para usar, formas de trabalho e locais de produção. Isso tudo é um processo de reorganização para me adequar à rotina de trabalho novamente.

Uma das técnicas que andei treinando na serigrafia é a de POLICROMIA. Policromia é uma técnica de impressão em 4 cores básicas (ciano, amarelo, magenta e preto – CMYK) em que o resultado fica bem próximo de uma imagem fotográfica. A combinação destas 4 cores, consegue fazer com que nossos olhos enxerguem uma gama gigantesca de tonalidades. Desde 2014 que eu não trabalhava com essa técnica, e acho que foi um bom momento para testar meu conhecimento.

Impressão separada das cores Ciano, Magenta, Amarelo e Preto

A policromia é um conjunto de pontos, de diferentes cores e tamanhos, e é justamente esse efeito que engana os nossos olhos. É a forma gráfica do que podemos chamar de realismo na serigrafia artesanal. Como veremos nas fotografias a seguir, os pontos possuem diâmetros diversos, e nas fotografias utilizando uma lente MACRO, podemos ver detalhes da sobreposição destes pontos.

O resultado final da impressão, imagem que está logo a seguir, pode ser adquirido em formato A3, papel Canson 140g através da Loja Online. Em breve farei um vídeo tutorial ensinando a fazer, desde o processo no computador até a impressão final.

Impressão final, com as 4 cores sobrepostas.

Espero que tenham curtido, porque eu curti demais voltar a trabalhar forte na serigrafia. Abraços.

Criando a estampa da bolsa para guardar e transportar livros

Já faz um tempo que eu, juntamente com migs, temos um Clube do Livro. Não é que a gente siga os moldes tradicionais de todes lerem os mesmos livros pra gente discutir em um encontro, mas é uma justificativa para trocarmos e indicarmos leituras uns aos outros, encontrar para comer e beber, trocar ideias e se rolar da galera ler o mesmo livro, aí fica um encontro mais daora ainda. Apenas conseguimos realizar essa façanha do todes lerem o mesmo livro agora no isolamento, pois fizemos votação de pdf’s, onde cada um indicou um livro que existe em pdf, ebook, etc, e todos votavam no que acharam a melhor opção, sendo que você não podia votar na sua própria opção. Deu certo!! O encontro virtual tem rolado sempre no segundo sábado de cada mês, e para comemorar, decidi escrever um pouco sobre o processo de produção da bolsa de guardar e transportar livros. Já tínhamos conhecimento da existência desse objeto, vimos vários modelos, treinamos a costura e decidimos criar o nosso próprio.

No meu primeiro esboço, pensei em colocar elementos que fazem parte dos nossos encontros. Livros, vinho e pão, pois representam parte da essência do encontro pois, como disse no primeiro parágrafo, é um local de trocar e indicar livros, conversar sobre, comer e beber. Também adicionei uma faixa descrevendo o nome do encontro, e acima de tudo a indicação de propriedade “Ex Libris”, fazendo a associação com o motivo do encontro.

Depois de medir os tamanhos, de forma que coubesse um livro pequeno, um kindle ou até um livro maior e mais grosso, conseguimos chegar a um tamanho satisfatório. Minha esposa fez os moldes e cortou o pano Americano Cru para que fizéssemos as bolsas.

Arte final pronta para gravação

Depois de discutir com todo o grupo alguns elementos que iriam para a imagem, adicionamos as folhagens da parte inferior, o vaso de cactus e a parreira, deixando a imagem com um ar mais fluido, clássico, chique e refinado. Finalizei a imagem com caneta Posca, marcando as linhas, as hachuras e os contrastes, deixando a arte final pronta para gravar a tela de serigrafia.

Tela gravada e tudo pronto para a impressão. O Americano Cru enruga um pouco após cada impressão, e eu ainda fiquei meio bolado se a impressão, ao secar, ficaria meio torta. Acabou que não ficou, e depois eu também descobri que é sempre bom lavar o Americano Cru antes de silkar, para as tramas se ajustarem. Depois vou fazer um teste assim pra saber se fica melhor ou não.

Trabalho de silk finalizado, hora de fechar a costura e dar o acabamento que falta. Deixamos um túnel na borda para passar um cordão e poder fechar a bolsa. Resultado bem satisfatório. Livros protegidos para transporte, com direito a personalização do nosso Clube.

Vídeos sobre processos

Olar pessoal. Andei gravando e editando alguns vídeos mostrando o processo de impressão de estampas em serigrafia. São vídeos gravados, em sua maioria, em time-lapse, com edições bem cruas. A ideia é depois fazer uns vídeos mais explicativos, mas ainda preciso aprender a trabalhar com essas novas mídias.

O primeiro vídeo foi do processo de impressão em duas cores do poster “La Idea/Puro Borde”, com as cores preta e branca na camisa amarela. Minha companhia no trabalho foi da @nataliaumm e o vídeo pode ser conferido abaixo. A trilha sonora ficou por conta da banda Deez Nuts, tocando “Fight For Your Rights” da lendária Beastie Boys.

A camisa pode ser comprada através da Loja Virtual

 

O segundo vídeo é o processo de impressão na camisa preta, com tinta branca, na frente e nas costas da camisa. A tinta de cor clara em superfície escura precisa receber várias mãos de tinta para que o branco fique branco. Nesse caso, após a passada da camada de tinta, aproximamos o soprador térmico para secagem instantânea da tinta, e assim receber outra camada de branco. Nesse processo, eu e @_marcoscortez produzimos as camisas do Estúdio de Tatuagem Skins, de Conselheiro Lafaiete. A trilha sonora é do Freddy Madball, com as músicas “The New Black” e “Y que?”.

 

 

Tentarei sempre criar vídeos dos processos de produção. Se houver algo que você queira ver, me dá ideia pelos comentários.