2024 – #1 – Futuro

Juliana olhava para o horizonte enquanto pensava em Eduardo e suas belas palavras. Eduardo havia falado com ela sobre passos, que caminham rumo a algum lugar que, talvez, nunca chegue. Juliana entendeu como se fosse um processo de não saber para onde ir ou qual o caminho percorrer.
Imaginou uma bifurcação sem placas, sem direcionamentos, sem sentidos. Ambos trajetos levariam a algum lugar, ou poderiam levar a lugar algum. Ela imaginou se dividindo, e cada metade de seu corpo percorria um dos lados da bifurcação. Ela se bifurcou para entender qual a melhor forma de seus passos alcançarem o horizonte.
Os trajetos se entrecruzaram por várias vezes, passavam por cima, por debaixo, ficavam paralelos, seguiam juntos, desapareciam e voltavam a aparecer sem motivo aparente. Possuíam diferentes obstáculos, impedimentos, perigos diversos. O corpo bifurcado enfrentava tudo isso, se deteriorava, se recuperava quando encontrava com sua metade, e voltava a se destruir no percalço do trajeto.
O horizonte nunca chegou. Juliana não conseguiu entender para onde seus passos a levavam. Descobriu que o horizonte é imprevisível, o trajeto até lá é difícil e custoso, imaginar o porvir é sempre muito complexo.
Mas ela bem que curtiu.

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La Idea

um gravador, que faz gravuras; um bicicleteiro que anda de bicicleta; um rugbr que joga rugby.

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