Essa ilustração foi feita sem nenhum propósito aparente. Tava testando alguns efeitos enquanto esboçava alguma coisa e acabei me dedicando à esta tarefa mais que o necessário. Queria testar essas texturas de luz e sombra com retículas, e acabou que virou um emaranhado de retículas, rs. Mas talvez o que eu mais curti foi a brincadeira que tinha feito no Insta. A ideia era abrir a caixa de mensagens para que as pessoas pudessem sugerir uma fala ou uma descrição da imagem. Surgiram alguns muito bons como “Estou indo ver o filme da Barbie” ou “Até o capiroto é mais saudável que eu”. Algumas mensagens que arrancaram gargalhadas de minha pessoa foram “Pedalar, porque essas coxas não vão se definir sozinhas”, “Indo pra casa do boy sedento de tesão”, “Aff, esqueci a mochila do ifud” e “Preciso cortar a unha, tá agarrando no pedal”.
La Idea, 2023
Enfim, ilustração foi feita no iPad, com texturas do pacote gratuito da True Grit. Obrigado à todxs que participaram. Curti muito compartilhar esses momentos de risos com vocês.
Meu amigo Sanchez que cria uns blends de ervas que fazem parte do cardápio do O Infusionista me convidou para ilustrar a lata que iria embalar um novo sabor de CHAI, parte de uma coleção dos 4 elementos. Eu fiquei com o elemento TERRA. Chai é uma das minhas misturas favoritas, e o Sanchez faz uma versão especial, bem tropical. Eu não perdi tempo. O Sanchez me deu total liberdade de criação com minhas ideias e meu estilo e é lógico que eu já pensei num beco mais underground, quente, com diversidade de pessoas, várias referências estéticas, intervenções, animais e qualquer coisa que a minha cabeça sugerisse na hora.
La Idea – Ilustração Original
E assim surgiu esse beco. Passagem de pessoas e mercadorias, com cartazes e adesivos colados, pixações, graffitis, personagens icônicos que vivenciam o dia a dia daquele espaço, tributos a atrações locais, ervas e temperos pendurados, gente mascarada preparando e servindo infusões, animais exóticos vivendo… Toda uma cena que rodeia o chá.
Obrigado pela confiança Sanches, curti muito o chá e a experiência de ter feito parte desse processo.
Você pode encontrar os produtos clicando AQUI ou AQUI.
Uma forma de exercitar um pouco a criatividade é criando personagens aleatórios a partir de formas aleatórias. Eu pedi pra minha companheira desenhar formas numa página virtual, e a ideia era criar rostos com essas formas. É uma atividade bem divertida, que te ajuda a fugir do bloqueio criativo.
Final da brincadeiraFormas esboçadas (eu esqueci de salvar um só com as linhas sem detalhes, rs)
Nenhuma atividade é sem sentido. Eu gosto de usar essa técnica pra testar cores, efeitos, pra aquecer os dedos e os punhos, pra fugir do bloqueio criativo e pra me divertir também, porque não? Imaginar é uma ótima maneira de construir algo, e as diversas artes nos possibilitam materializar o que está em nossas mentes. Segue abaixo time-lapse da atividade.
Roba Y Comparte, o grupo de Fölk, Kümbia, Krüst formado por Guaxicrusties está de volta em pré-venda. Agora em modelo todo preto também. A Pré-venda será até o dia 15/08, com previsão de entrega para Setembro. A primeira pré-venda feita em março se esgotou rapidamente, e agora é provável que eu não faça tantas unidades extras como na primeira vez. ACESSE O SITE CLICANDO AQUI PARA RESERVAR A SUA
Em 2023 eu fui selecionado, mais uma vez, pra participar da troca de gravuras denominada Escambo Gráfico. É uma iniciativa que o Vitor Pedroso (aka Piruá) e a Ludmila Siviero, de Araraquara, organizam anualmente. Eles fazem uma seleção “por ordem de chegada”, separam as inscrições em diversos grupos, recebem as cópias das gravuras de cada participante, criam as pastinhas de cada grupo, e reenviam para cada participante o combo de gravuras de gente do mundo todo. Mó trampo. Mas é com muita satisfação e orgulho que eu digo que gosto de participar destas trocas, conhecer novxs artistas, novas formas e técnicas de gravar e de imprimir, ver novos estilos, novas temáticas, é muita riqueza envolvida em todo esse processo. O Escambo surgiu durante a pandemia e tem produzido ótimos resultados em compartilhar ideias, técnicas e colocar pra circular conhecimentos. Só tenho a agradecer pela existência dele.
Esboços finalizados a lápis / traços iniciais do esboçoDesenho passado a limpo com caneta nanquim / esboço de pinturas corporal
Para este ano, eu tive a ideia de criar uma serigrafia de 4 cores em um processo completamente analógico. Desde a pesquisa de referências, de temáticas, até a gravação e a impressão. A pesquisa imagética foi feita exclusivamente a partir de livros. Os esboços foram feitos a lápis em papel, todo o acabamento do desenho foi feito com caneta nanquim. Os vegetais para gravação das telas foram preparados com caneta Posca e mesa de luz. As telas foram gravadas com emulsão pré-sensibilizada (Agabê Unifilm-WR) em poliéster amarelo, 90 fios. Foram utilizadas tintas a base de água Gênesis Grafcryl e a impressão foi feita em papel Vergê Plus, 220g, cor Ônix. Essas últimas informações foram essenciais para se pensar no que é surpresa em um processo de impressão artesanal.
O esboço foi feito em um papel branco utilizando nanquim preto. Já a impressão foi feita em papel preto e o desafio maior foi pensar em como ficariam as cores na impressão, já que eu não usei nenhum tipo de recurso digital para fazer esse teste antes. Todas as sombras, luzes e detalhes foram somente imaginados em como poderiam resultar ou funcionar. Foi um verdadeiro achômetro, ainda mais partindo de alguém que é daltônico. Muita ousadia de minha parte. O resultado foi esse, um caos de linhas, ora luzes, ora sombras, ora pinturas corporais. Uma cena, talvez noturna ou aquática, de duas crianças indígenas brincando com sua fera, enquanto esta utiliza uma máscara de dragão e se emaranha com as sutilezas das crianças.
Não aprisionar, não maltratar, não ter medo. Brinque com a fera. Esta gravura está disponível para venda clicando aqui.
O Escambo Gráfico é um projeto cuja participação é 100% gratuita. Porém, possui custos elevados de logística. Todos os participantes que podem, doam alguma quantia de qualquer valor para ajudar nos gastos, mas ainda assim há muitos artistas que não podem doar. Se você quer ajudar o projeto, compre a gravura na minha loja virtual que eu repasso parte do valor da venda para ajudar o projeto, ou faça uma doação de PIX de qualquer valor para a chave graficoescambo@gmail.com Obrigado.
Brinque com a Fera – Serigrafia em papel Vergê Plus 220g – Tiragem: 48 cópias – La Idea 2023
O trabalho de pesquisa e produção de arte perpassa algumas atividades que precisam nos afetar de alguma maneira, mexer com o sensível, uma faísca que será o disparador de algo mais forte. Eu tive isso enquanto lia “Mobilidade Antirracista”, obra organizada por Daniel Santini, Paíque Santarém e Rafaela Albergaria e que foi publicada pela Autonomia Literária e pela Fundação Rosa Luxemburgo em 2021. O livro todo, em si, é um espetáculo de ativismo pela mobilidade universal e acessível, mas um capítulo me tocou de maneira mais forte: Capítulo 4.1 – Entrevista com Nego Bispo.
Sobre Nego Bispo e as formas de resistência
Logo no início da entrevista, Nego Bispo se apresenta. Eu não sabia nada sobre ele. Nasceu em uma comunidade onde a linguagem escrita não exista, somente a oralidade, e pela facilidade com que ele apropriou-se das diferentes linguagens ao ingressar na escola, foi escolhido para ser tradutor da linguagem escrita para a linguagem oral, evitando, assim, que a comunidade fosse “passada pra trás” nos contratos com o colonizador. Assim, foi forçado a compreender o pensamento colonialista para se defender dos ataques, e compreender o pensamentos dos seus iguais para fortalecer o campo de defesa. Nego Bispo diz que sua vida está na fronteira do pensamento, lidando com as escrituras e com a oralidade o tempo todo. Nego Bispo usa muitas analogias para fazer uma relação em como os animais são ou podem ser domesticados, e a forma bruta e violenta com que os colonos tentavam domesticar seus escravos. Enquanto pessoas negras transitavam nos mares nos fundos de caravelas, sendo sujeitos à vários tipos de torturas e desumanidades, outro tipo de deslocamento não previsto pelos colonos também exercia sua força: transfluência. Transfluência é um conceito desenvolvido por Nego Bispo para tratar sobre as relações cósmicas que carregam, simultaneamente ao transporte físico nos navios negreiros, uma memória ancestral. Povos negros que chegavam no continente se comunicavam com povos indígenas (que possuíam cosmologias parecidas) para resgatar esses saberes e dar início ao processo de resistência contra a colonização.
O que houve com Palmares e todos os Quilombos foi exatamente essa relação de transfluência. Mesmo os quilombos que não se visitavam fisicamente transfluíam através da cosmologia. A relação com o mar, com o vento, as estrelas, as plantas.
Nego Bispo, página 211
A questão que Nego Bispo coloca é a forma de saberes que foi desenvolvida tanto do lado de cá do Atlântico, quanto do lado de lá. Como esses conhecimentos eram compartilhados, desde muito antes das navegações acontecerem. “Como era possível a comunicação do Rio São Francisco com o Rio Nilo, se tem um oceano no meio?”
Pelos Rios do Céu, pelas nuvens, pela evaporação. A imagem que mais me convence sobre a transfluência é esse movimento das águas doces, pois elas evaporam aqui no Brasil e vão chover na África transfluindo pelo oceano sem precisar passar por ele. Dessa forma que a nossa memória ancestral está aqui, ela vem pelo cosmos. Esta é, de ponto de vista cósmico e físico, a imagem que tenho da transfluência.
Nego Bispo – página 213
Pensando, refletindo e gravando
Depois de muito tempo sem produzir algo significativo derivado de alguma pesquisa mais intensa, finalmente apresento minha última produção em gravura denominada TRANSFLUÊNCIA. Esse conceito colocado à mesa por Nego Bispo chegou a mim em um momento de baixíssima criatividade de minha parte. Estava envolvido com outros tipos de trabalho, sobretudo não artísticos, e ter lido esse capítulo reacendeu em minha mente uma chama que parecia estar quase apagada. As palavras de Nego Bispo ressoaram na minha cabeça, enquanto pensava o que poderia fazer com um termo tão potente. Meus esboços inicias começaram bem objetivos, funcionou quase que como uma nuvem de palavras, um brainstorming do óbvio. Cabeça, mente, chuva, rios, pensamento, ser humano, ciclo. E logo comecei a expandir um pouco essa ideia de comunicação. Nego Bispo coloca a evaporação e a precipitação como uma analogia dos saberes que são compartilhados nas duas margens do Oceano Atlântico. Minha ideia foi ir um pouco além. E se todos os conhecimentos forem compartilhados/transmitidos/ensinados através dos mais diversos fenômenos naturais, climáticos e geológicos? E se a gênese dos saberes está todo na concepção de mundo, e os povos precisassem de todos os elementos do planeta para compreenderem a si e ao outro? E se as formas de organização, luta e resistência fossem auxiliadas e indicadas por todos esses fenômenos? Essas indagações que faço a partir da leitura de transfluência talvez sejam o comum, se pensarmos a partir de cosmovisões tradicionais, mas pra mim foi um ponto de partida para pensar uma concepção de mundo bem diferente. Começar a expandir um pensamento, uma ideia, a partir deste conceito colocado por Nego Bispo me possibilitou retornar a criar, pensar em uma imagem que pudesse traduzir um pouco minhas pesquisas e reflexões. O esboço foi feito de maneira digital; a matriz foi gravada manualmente numa placa de microduro (~linóleo); as impressões foram feitas manualmente com tinta preta em papel de arroz (industrial e artesanal); o tamanho gira em torno de um A2. Essa gravura será lançada na Feira MOTIM, dias 6 e 7/05, em Brasília. Depois desta data poderá ser adquirida pela loja virtual.
Gravura Transfluência, impressa em papel de arroz com fibra artesanal. La Idea, 2023
Pintar com tintas aquarelas é algo que eu ainda tenho dificuldades. Exige-se compreender os efeitos e transparências, trabalhar com quantidades distintas de água, ora com precisão, ora sem, mas exige-se, principalmente, muita paciência. Eu admito que demorou bastante até que eu conseguisse essa façanha de aguardar que a tinta se seque pra fazer mais camadas de cor. Demorou para que eu entendesse que tinta sobre papel seco e tinta sobre papel molhado também criam resultados distintos. Antes deu saber disso, eu pintava com a tinta muito concentrada direto no papel seco, como se fosse uma acrílica. E é óbvio que eu sempre acabava perdendo o ponto de diluição ou de passagem tonal. No final das contas, ficava tudo muito marcado pelo exagero e por grandes contrastes de cor. Não que isso seja ruim, mas acho que não era o resultado que eu buscava.
Foi vendo amigos aquarelistas pintando que eu fui compreendendo várias coisas que poderia fazer diferente, novas técnicas que eu poderia utilizar, e percebendo que a paciência realmente é necessária para alcançar alguns resultados. Artistas como Daniel de Carvalho e Prisca Paes me ensinaram bastante coisa em uma conversa que tiveram em uma Live no Instagram durante a pandemia. Curiosamente, ambos são formados em serigrafia (que é uma das minhas especialidades) mas se dedicam à pintura em aquarela, e ambos já trabalharam comigo aqui na serigrafia. Foi essa conversa e alguns vídeos que eu vi do processo de produção deles é que me fizeram mudar muito meu estilo de pintura, a buscar mais essa paciência de esperar cada processo se completar, de aguardar a secagem, de saber quando e como utilizar água. E é impressionante como que eu acho que deu certo.
Observando “Fotografias de Rua”
Uma das minhas paixões recentes é essa categoria de fotos conhecidas como “Fotografias de Rua” (Street Photography). Esse tipo de fotos eu já curtia, porém não sabia que havia essa categoria específica. São fotos que registram momentos nas ruas, sobretudo de pessoas interagindo com o ambiente urbano de alguma forma. Dentre as que mais me chamam atenção posso destacar aqui, sem sobra de dúvidas, fotos em que se sente o calor vindo do sol, cuja superfície vertical ao fundo fica evidente e a sombra dos objetos sempre muito marcada. Esse estilo tem me chamado atenção, o que me despertou interesse, inclusive, em sair para fotografar esses momentos dessa maneira. Ainda não consegui fazer isso, mas já tracei como metas em dias ensolarados.
Utilizando essa ideia, essa foi a primeira pintura que fiz. A sombra da luminária projetada distorcida na parede, a sombra do sujeito marcada no piso, um ambiente caloroso com um sol forte vindo de frente, amanhecer ou entardecer? Não sabemos. O sujeito caminha em direção ao sol, cabisbaixo. A parede foi feita com tinta em papel molhado e o chão foi feito com manchas transparentes sobrepostas. Os elementos mais definidos foram feitos com camadas sobrepostas para dar forma, luz e sombra.
A segunda pintura que fiz utilizando essa mesma ideia, representa uma mulher caminhando em frente a um portão de grades. O portão foi isolado com máscara, e toda a parede surge como um elemento mais fresco ao olhar, se contrapondo à mulher que se protege do sol forte com uma sombrinha, óculos escuros, roupas leves. A sombra bem marcada no chão indica um sol a pino, próximo de meio dia na região entre Trópicos.
Nesta outra pintura, o sol vem de lado, forte e intenso, em um fim de tarde ou início da manhã de uma cidade qualquer. O semáforo, aberto para pedestres, também sofre interferência da luz solar. A sombra esticada indica o sol próximo à linha do horizonte, provavelmente entre o Ártico e o Trópico, o asfalto traz uma sensação mais fresca à imagem. O ciclista, sujeito da foto, pedala tangencialmente aos raios de luz, provavelmente fazendo um percurso norte-sul (ou vice versa). É uma imagem que traz consigo algo de paz e tranquilidade, um momento suave e pleno, sem o caos do horário de pico dos grandes centros urbanos. O efeito no asfalto foi produzido com tinta bem molhada e sal grosso, para fornecer uma textura mais rugosa. A sombra, que infelizmente eu escureci mais do que deveria, foi feita apenas com aquarela líquida diluída (ou mal diluída, rs).
Esta última pintura que analisarei talvez tenha sido a que menos curti o resultado. Nesta, a ideia do tempo passando enquanto o sujeito espera algo fica bem evidente. O sujeito está tranquilo apesar do sol direto de meio de tarde. Um período de relaxamento e contemplação do ato de esperar algo (um ônibus, uma companhia?). Uma das questões aqui foi tentar trabalhar a sombra bem marcada em níveis diferentes de paredes. O que me incomodou foi o alto contraste do toldo e da vidraça da porta que está a direita. Sem querer eu errei a mão na diluição e acabou ficando muito marcado, fugindo um pouco da estética que eu usei no restante da pintura. O céu foi feito também com tinta muito molhada e sal grosso, e o rejunte dos tijolos foi feito com máscara vencida.
Enfim, fazer esse tipo de estudo tem me agradado muito, inclusive muitas das minhas pesquisas visuais no Pinterest e no Reddit acabam indo um pouco por esse estilo de fotografias. Buscar o sol, a sombra, sujeitos e o ambiente urbano me permitem sonhar um pouco mais com o artista aquarelista fotógrafo que crio em mim. Até já.
Fever 333 é uma banda bem daora, que consegue manter as letras altamente politizadas ainda que estejam no mainstream da indústria musical. Lembra algo de Rage Against The Machine, político e popular, requisitados para serem absorvidos pelo capitalismo e se tornarem mais um produto. São sons violentos, de ataque pesado ao sistema. Estão no sistema, mas não se curvam à ele. Jason Butler, vocalista do Fever 333, é um sujeito bem relacionado, tira fotos e interage com vários ícones da música pop e do cinema estadunidense. Ainda assim, suas letras, desde a época em que cantava no Letlive., são carregadas de conteúdos políticos, de ataque ao capital, à opressão, à autoridade, e fortalecendo a atuação dos movimentos de lutas identitárias, sobretudo ligadas ao levante da população negra. O grupo iniciou sua carreira tocando em um estacionamento, com pouquíssimos recursos, instrumentos e caixas de som no baú de um caminhão, e uma demonstração de energia intensa em cada movimento que os 3 membros da banda faziam. Uma presença de palco (se é que o chão do estacionamento possa ser chamado de palco) impressionante, inclusive do baterista. De fato, conhecer a banda foi praticamente interesse à primeira escutada. Som cru e direto do jeito que gosto. O segundo disco da banda, Strenght In Numb333rs (2019), chegou com um desenvolvimento musical impressionante, mais pesado e mais bem trabalhado, e ainda com letras bem profundas e críticas. Duas músicas me chamaram mais atenção: Inglewood (que trata da questão da gentrificação na cidade de Inglewood, CA, que também é um dos temas trabalhados na série Insecure, da HBO) e The Innocent (que eu irei desenvolver um pouco mais sobre essa música nos próximos parágrafos.)
The Innocent
Essa música, particularmente, me tocou muito. Ela fala sobre violência policial, sobre essa política de identificação visual do corpo negro como merecedor de diversos tipos de violências, inclusive a morte. Essa letra não existe por acaso, os diversos vídeos existentes na internet mostram as atrocidades cometidas por agentes de segurança que enforcam, torturam, atiram e matam corpos negros diariamente. Essa prática racista, genocida e eugenista não é exclusiva dos Estados Unidos. No Brasil, por exemplo, ocorrem situações bem similares e com o aval do Estado. A Ponte Jornalismo é uma mídia que divulga a maior parte dos casos, e muitos deles nem aparecem na grande mídia. Se não fossem essas pessoas corajosas para ir atrás dos fatos e divulgar, seguiríamos alienados em relação à violência sofrida pelo povo negro, pobre e/ou periférico. A letra desta música me tocou muito nesse sentido. “Sem mais desculpas, nós temos que recusar isto, o silêncio é inútil, vida longa aos inocentes. Eles nos contam histórias, das mais belas glórias, este é o seu aviso, vida longa aos inocentes.”. Ela me traz um pouco da questão da história oral/oralidade, do conhecimento que é transmitido por gerações, de histórias das pessoas que lutaram antes de nós, das pessoas que perderam suas vidas para que as verdades sejam mostradas. Das vidas que as pessoas vivem, e daquelas que possuem o direito institucional de violentar e matar pela cor da pele e classe social.
Produção de gravura baseada nesta letra
Na minha produção enquanto artista visual busco, na maioria das vezes, aliar minhas vivências, leituras, músicas e interesses políticos nas imagens que crio. Gosto de ter esses itens como ponto inicial de pensar o processo criativo. Por causa dessa letra do parágrafo anterior (e agora completando 5 anos do assassinato de Marielle e Anderson), me deu vontade de falar um pouco sobre essa arte que fiz em 2020 eu acho, ainda numa pandemia restritiva. Eu não consegui, ainda, materializar em gravura essa imagem. Na época eu já andava criando umas xilogravuras aliando imagens centrais e escritos com muitos contrastes para xilogravura, e acabei criando essa a partir da letra de The Innocent. Ao centro e com mais destaque, Jason Butler gritando no microfone. Abaixo, faixas e cartazes com dizerem de protesto contra o genocídio da população negra, contra a violência policial, símbolo antifa, punhos negros em riste, Dandara, Zumbi e Marielle Franco. Acima, a frase “O SILÊNCIO É INÚTIL“, parte do refrão da música. Foi a forma que consegui de aliar essa música à uma história regional, desde a resistência na época da colonização até os dias atuais. O sistema violenta e tenta calar à todo custo as vozes oprimidas. Mas os movimentos de resistência seguem lutando, se defendendo, contando suas histórias e memórias para que não cesse a luta. Agora, mais que nunca, tenho vontade de colocar essa arte para circular. Vida longa à resistência e aos inocentes.
You gon get this now
You think, I know Wide eyes got a narrow scope You’d think that they’d know Not to shoot a man while he’s on the floor That’s why these youngins they run before talkin to police because they know the deal See young Trayvon Martin has just left the market with candy and got his ass killed
No more excuses we must refuse this Silence is useless LONG LIVE THE INNOCENT They tell us stories of star spangled glory this is your warning LONG LIVE THE INNOCENT
Eyes of the law do not look anything like my own I can see clearly now that the arraignment is gone Yes I did go head up with that cop tryina do me like radio Rahim I looked at the judge said ‘I feared for my life and I pray that you’ll do the right thing’
No more excuses we must refuse this Silence is useless LONG LIVE THE INNOCENT They tell us stories of star spangled glory this is your warning LONG LIVE THE INNOCENT
It ain’t what you are it’s what you can be And I see you, my brotha All they know is what you show them
No more excuses we must refuse this Silence is useless LONG LIVE THE INNOCENT They tell us stories of star spangled glory this is your warning LONG LIVE THE INNOCENT
Guaxinins expropriadores, invadem espaços abandonados para se apresentarem. Assim funciona o grupo ROBA y COMPARTE, cujxs integrantes fazem uma mescla de instrumentos acústicos e mal regulados para tocar as canções mais ousadas do Folk, da Kumbia, e do Krust, compartilhando ideias e experiências. Em 2023 saem em turnê pelo continente Abya Yala, abrindo os corações e as mentes, liberando os quatro muros de qualquer que seja seu proprietário. “Kontra toda autoridade, a favor da Koletividade!”
Camisetas tipo Raglan, produzida 100% com algodão ecológico Menegotti, de alta qualidade. Estampa produzida em serigrafia artesanal, no estúdio La Idea (BH-MG) Camisa branca com mangas pretas. Disponíveis em vários tamanhos (Do PP ao XG).
Se tem um recurso gráfico de impressão que eu tenho curtido estudar é técnica de halftone (meio tom). Tudo isso consiste em efeitos (que podem ser linhas, pontos, elipses, círculos, etc) que enganam o nosso olhar e nos fazem enxergar “fotografias” bem realistas, utilizando poucas cores, ou até 1 cor apenas. Nessa post eu gostaria de mostrar-lhes os estudos de halftone invertido. Essa técnica consiste em utilizar as luzes da imagem como recurso para impressão em suportes escuros. Eu já cheguei a fazer estampas de camisas em serigrafia assim, e o resultado, mostrado a seguir, foi bem satisfatório:
O fato é que eu experimentei, também, um halftone de linhas para ser feito em stencil e impresso no papel preto. Foi um processo bem trabalhoso, mas que rendeu uma produção bem massa. Utilizei a fotografia de uma fila de zapatistas na Selva Lacandona. A fotografia tinha uma certa névoa, e isso casou bem com o efeito do spray esfumaçado/borrifado no papel.
Foto que usei de referência. Não encontrei autoria.Impressão com spray branco em MDF pintado de preto e com moldura.
“Halftone” ou “Meio Tom” é um recurso gráfico muito utilizado nas técnicas de impressão por conseguir simular, com poucas cores, um certo realismo na impressão. Sabe quando você vê uma fotografia antiga nas páginas do jornal e ela é formada por diversos pontinhos? Isso é um halftone.
Já faz algum tempo que eu tenho estudado um pouco disso nas minhas impressões, sobretudo trabalhando os efeitos no Photoshop, e transpondo para impressões feitas de forma artesanal. Aqui, aqui e aqui tem alguns modelos de impressão em halftone que andei testando aqui no meu estúdio.
Há alguns meses iniciei um projeto para trabalhar halftone em stencil com duas camadas de cor. A ideia é trazer mais realismo à imagem final. O formato escolhido foi o A2, por ser grande o suficiente para conseguir se tornar cartaz lambe-lambe posteriormente. A foto que usei de modelo se refere à um encontro Zapatista, e nela uma mulher amamenta uma criança enquanto participa da deliberação de alguma pauta. Uma imagem forte, que me traz elementos de organização, resistência e maternidade.
Fotografia de Emiliano Thibaut
Como o papel tem fundo branco, pude trabalhar com duas cores mais escuras em meus modelos virtuais. Optei por fazer haltone de linhas, em que o que engana nossos olhos e nos faz enxergar a fotografia é somente a diferença de espessuras das linhas. Para dar um efeito interessante, cada camada de cor teria uma inclinação de 45° em direções opostas, formando algo parecido com uma tela. Decisões tomadas, fiz a impressão e comecei o processo de corte, começando pela camada superior e mais trabalhosa.
Cortes contra a luzParte da frenteCostas do stencilResultado dos cortes da camada superior em halftone
A camada inferior, além de menos detalhada, preferi fazer as linhas com uma espessura maior, para diferir das linhas mais finas da camada superior. Era para servir como base, como uma cor intermediária antes dos detalhes e do contraste final.
Frente do stencilCostas do stencil
O resultado dos cortes ficaram bem interessantes. Eu usei plástico de encadernação transparente, pois é bem fino e resistente, sendo mais fácil de cortar que um acetato, por exemplo, também conferindo mais resistência à umidade e ao calor.
Detalhe da camada superior cortadaCamada Superior cortadaAs duas camadas transparentes de matrizes sobrepostas dando a impressão do efeito “telado”
Na hora da impressão, pensei em um vermelho como cor intermediária na primeira camada, e preto como fechamento, pra subir o contrate final. Mas duas coisas aconteceram nesse processo: 1 – O preto por cima do vermelho tampou os detalhes da camada vermelha; 2 – A junção preto + vermelho escuro deixou a imagem desnecessariamente escura, como se fosse uma foto de ISO100 no final de uma tarde nublada. Desta forma, ao invés de utilizar o preto chapado, optei por um preto transparente, conhecido como Fumê, para manter uma cor intermediária mais suave. Este último resultado me agradou mais.
Primeira camada, vermelho escuro, impressa em dois papéis A2.Impressão com Fumê à esquerda, e com preto fosco à direita.
Enfim, todo processo feito à mão, cortado com estilete, acaba tendo suas limitações, e a questão é buscar a melhor forma de concluir a impressão de uma maneira que agrade aos olhos. O processo de ser artista consiste nessa reflexão a cada etapa, fazendo escolhas para seguir adiante da melhor forma possível. A impressão do vermelho escuro combinado com o fumê foi a que mais me agradou, deixou os traços mais suaves, os detalhes mais aparentes.
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Zine produzido em parceria com a Edições Impressões do Submundo, e distribuído de forma gratuita através de um formulário. Foram produzidos 50 kits contendo 2 gravuras, 2 adesivos e 1 zine formato A7. No Zine estava presente o seguinte texto:
VÁ DE BICI / VOLTA DE BICI
Nós pedalamos porque queremos pedalar. Essa atividade é nossa diversão, é nosso esporte, é nossa locomoção. Saímos de nossas residências com a finalidade de cumprir com tarefas cotidianas, e tudo que mais desejamos é conseguir retornar com nossa integridade física/psicológica intacta. Somos parte do trânsito, ocupamos as vias e estamos presentes em qualquer parte do mundo. Mas parece haver gente que ainda não compreendeu isso.
Montar em uma bicicleta se tornou sinônimo de correr riscos o tempo todo. Quem nunca passou aquele aperto de ser espremido contra o meio fio ou contra a vala de escoamento de águas pluviais? Quem nunca tomou aquele “fino educativo” tão praticado por motoristas? Quem nunca precisou desviar de um obstáculo na via movimentada e percebeu que não havia espaços para manobras? Quem nunca ouviu um grito “Sai da rua!” ou “Vá para a ciclovia!” enquanto pedalava na cidade?
Nós, enquanto ciclistas, somos categorizados como um nicho homogêneo de atuação: Ciclistas. Não importa se você está se locomovendo pro trabalho/escola/compras, passeando, transportando cargas ou treinando para alguma prova de ciclismo amador, você será ciclista e ponto final. Esse pensamento hegemônico gera diversas questões bem problemáticas que não se resolvem somente com a construção de malhas cicloviárias.
As ciclovias/ciclofaixas não estão presentes em todas as ruas e avenidas, e com certeza elas não começam na porta de sua moradia e nem te acompanha até seu destino. É impossível e, talvez, inviável ter isso, ainda mais em cidades que privilegiam a utilização do automóvel privado. Grande parte dos sinistros de trânsito envolvendo atropelamento de ciclistas são motivados pela falta de respeito ao veículo bicicleta, simplesmente por este circular em um local feito “para carros”.
Não faz sentido que em uma avenida com 7 faixas, completamente engarrafadas, a culpa pelo trânsito não fluir seja da bicicleta que, mesmo lenta, se movimentou durante todo o tempo em que esteve na via. Compreendo que vias destinadas para ciclistas possam ser interessantes, principalmente, pela questão da segurança, mas somente isso não resolve o problema. A segurança virá quando houver respeito de motoristas por outros veículos presentes no trânsito.
A separação física nunca é uma solução definitiva. Investir somente em malha cicloviária como uma única possível solução me lembra do vagão de metrô em São Paulo exclusivo para mulheres com a finalidade de evitar abuso e assédio sexual por parte de homens. Isso não resolve nenhum problema, pois é mais fácil mascarar a questão com uma solução ineficaz do que mudar uma mentalidade. Se houvesse RESPEITO, as soluções seriam muito mais práticas e eficazes. Mas e aí, como fazer isso? Campanhas educativas? Multas? Fiscalização efetiva?
Zine Vá de Bici / Volta de Bici – La Idea e Impressões do Submundo
Outro dia, organizando meus arquivos aqui, me deparei com essa pintura que fiz em 2015. Ela foi vendida em um leilão na garagem do prédio dos meus pais e me ajudou a ter recursos para bancar meu intercâmbio para a Argentina em 2016.
Fiquei pensando no tempo em que a pintei, quais ideias eu tive, porque o formato, porque as cores, porque a imagem. Me lembro que eu andava querendo explorar essas técnicas mais aguadas, sobretudo depois que eu já tinha experimentado as aguadas nas experimentações litográficas. Antes disso eu era um pouco resistente à mistura de solventes, à sobreposição de transparências e à composições mais demoradas. Eu fazia tudo muito chapado, cores puras e vibrantes, talvez até por causa do daltonismo e do receio de que a mistura entre tintas e solventes poderia interferir negativamente no resultado.
Natália, minha companheira de longa data e uma das minhas principais apoiadoras, me convenceu a arriscar mais, deixar o receio colorimétrico de lado, e ser mais espontâneo. Logo ela, que é adepta do realismo figurativo, me dizendo para ser mais ousado enquanto produzo. Talvez tenha sido nesse ponto da minha vida em que comecei a me importar mais com o processo que com o resultado. Isso é bom, mas não é todo mundo que gosta desse estilo. Me ajuda no autoral, me prejudica na prestação de serviços.
Enfim, começamos a pesquisar referências de imagens que poderiam ser produzidas a partir de aguadas em painel montado. Isso era uma novidade para mim e eu ainda não tinha muita noção de quais seriam os resultados. Usamos como referência a capa do livro do J.R. Duran, fotógrafo famoso, chique, glamouroso. O livro era o “Cadernos Etíopes”. A foto de capa, completamente em gradações de preto e cinza, me despertaram para alguns desafios que eu topei participar. Pensar nas proporções das figuras, relacionar os tons de cinza às cores, planejar os diferentes tons de tinta acrílica, esperar as poças secarem. Eram exercícios de paciência, concentração e planejamento que eu nunca tinha feito antes em pinturas, mas que já exercia nas técnicas de gravuras. Me lembro de lidar com algumas dificuldades em relação à quais tubos de tinta usar para as diluições, pois a tinta que costumeiramente se chama “pele”, é sempre um tom claro demais, europeu demais. Eu ficava incomodado em usar terra queimada e sombra queimada para representar as peles negras e pretas. São nomenclaturas que me soam estranhas e pejorativas. Essas tintas foram misturadas em diferentes proporções com amarelo ocre, marrom van dyck, preto e bastante água.
O resultado foi esse. Optei por não fazer o fundo, manter apenas as figuras. Assim, a atenção toda fico no primeiro plano, sem interferências.
Já está disponível no meu canal de Youtube a segunda parte da aula de registro de impressão para linoleogravura e xilogravura. É uma técnica que requer um pouco mais de cálculos em relação à primeira técnica, e que vai funcionar para fazer gravuras com várias matrizes, ou mesmo matriz perdida. Espero que gostem.
Já está disponível na Loja Virtual, até 31/03 a pré-venda da camisa com a estampa LIBERDADE, uma adaptação punk riot grrrl de uma gravura do Mucha.
A camisa possivelmente será produzida em 100% algodão Menegotti, mais leve e de melhor qualidade. Também será possível escolher entre 4 opções de combinações de cores.
Basta ler o livro de Jason Stanley “Como funciona o fascismo” para entender que não há argumentação que mude a ideia de um fascista. Buenaventura Durruti dizia que ‘o fascismo não se discute, se destrói’. Estamos lidando com os fascistas e suas necropolíticas há 80 anos, lutando a favor de uma democracia falha, que abre espaços para que esse tipo de pensamento ganhe espaço e poder. Todos os anos surgem novos governantes ao redor do globo reproduzindo o mesmo discurso de ódio e purismo como eram apresentados nos anos 30. Lembrando que o fascismo não existe apenas a nível governamental. Está presente no dia a dia, nas ações, nas ideias. Não se deixem enganar. Liberdade de expressão anda de mãos dadas com respeito e solidariedade, nunca com discurso de ódio.
Abaixo o vídeo em timelapse de um projeto para uma capa de uma coletânea que reúne bandas de todo o mundo cantando e tocando contra o neofascismo. A convite do Marcelo, vocalista da banda Las Calles, eu desenvolvi esse projeto. Para destruir o fascismo, necessitamos coletividade, solidariedade, respeito e ação direta.
“Seja de qualquer cor, de onde for, vem meu igual.” Cólera
“Sua tolerância a um regime, onde a essência humana é aviltada, não o torna também o inimigo, aquele a ser varrido de sobre esta terra? Ignorar o fascismo é se tornar fascista. Moscas que fazem parte desta sujeira.” Solstício
“Os assassinos livres no poder O fascista imune as leis Limpeza étnica Fria e brutal” Ação Direta
“Adolf me lembra só agonia, sangue, dor, lágrimas e melancolia Adolf me lembra restos mortais que foram resultado das diferenças raciais Adolf me lembra destruição de assistir ao chumbo quente entrando em um coração Adolf lembra racismo e me dói ver alguns jovens filiando-se ao seu fascismo Num mundo sem fronteiras só de cooperação Seriamos todos amigos, seriamos todos irmãos Sem estados, sem limites, sem países, sem fronteiras Vermelho, preto e branco não será mais sua bandeira” Street Bulldogs
Olá a vocês que acompanham as postagens daqui. Venho lhes dizer que está no ar mais uma aula no canal de Youtube, e desta vez eu ensino como transformar uma imagem em um stencil utilizando o aplicativo Photoshop, e também utilizando o editor de fotos simples do celular para chegar no mesmo resultado. Espero que gostem, abraço.
Eu curto ver fotos de pinturas antigas, me faz lembrar da época em que eu estava pintando, onde eu morava na época, o que eu fazia. Essa pintura feita com acrílica aguada foi feita em um painel de 20x20cm, e me ajudou a arrecadar dinheiro para poder fazer meu intercâmbio na Argentina. Bons tempos. De lá para cá eu pintei muito pouco, me dediquei muito mais à gravura e impressão.
Finalmente vai sair do forno a estampa baseada na música do Discarga (Contracultura) em que eu exalto as ações punks e anarquistas de todo o mundo. Tudo é referência, tudo é história.
Halftone (ou Meio Tom) é um técnica de criar efeitos de degradês e luz e sombras, utilizando apenas uma cor chapada. Consiste em utilizar formas em diferentes tamanhos e espessuras para “enganar” o olho e simular uma imagem como se fosse real.
Muito utilizado em técnicas como serigrafia, xilo/linóleo e stencil, o Halftone é a principal técnica de simplificar a matriz para conseguir um bom resultado de impressão artesanal.
Nesse caso, eu peguei uma foto antiga, de uma modelo que pousou para o artista Alphons Mucha, e fiz uma versão em Halftone em stencil, utilizando linhas. Repare que as linhas possuem diferentes tamanhos e espessuras.
Esta é a foto original, que serviu de modelo para meu stencil.