Foto que não é na hora, Foto!!! #2 – Jay F

No segundo experimento impresso desta série de fotografias da rede La Idea, novamente uma fotografia da Jay foi escolhida. O processo, como explicado no post anterior, foi bem simples. Juntamos uma equipe curatorial especializada, composta por eu, minha mãe, minha companheira, minha irmã e minha cunhada, e votamos nas fotografias que mais gostamos e que queríamos ver impressas.
Desta vez, a escolhida foi a televisão abandonada no trilho.
Eu gostei desta foto por vários motivos. O primeiro, e assim como na foto anterior, nota-se o vestígio da presença humana na paisagem, na cena. O rastro deixado em algum caminho, afirmando que alguém passou por ali e deixou algo. Diferentemente da foto anterior, que traz alguns elementos muito mais culturais (a meu ver), esta carrega em si o descarte de algo que não pertence mais ao nosso tempo. Um objeto que hoje possui apenas valores estéticos e saudosistas, largado para a destruição do trem que se aproxima (será que este trilho ainda é utilizado?). Não sabemos se a locomotiva virá mesmo, se o objeto será destruído, mas ele está situado neste lugar indeciso sobre seu futuro. A boa utilização das linhas de fuga proporcionadas pelo trilho traz essa sensação de passagem, de caminho, de que algo ainda irá acontecer.
Uma fotografia marcante, cujo olhar sensível da Jay carrega várias de nossas memórias e imaginações.

Especificações técnicas

Impresso com tintas Gênesis Hidrocryl Cromia em papel Canson 200g (branco e creme)
Tamanho A3 – 42×29,7 cm – formato paisagem
Preparação: 300 pixels/polegada, 20 linhas/polegada, formato elipse
Tela: Poliéster amarelo, 90/77 fios, chassi de alumínio
Rodo: Cabo de madeira, borracha amarela

A impressão serigráfica pode ser adquirida em nossa loja virtual (clique aqui)

Foto que não é na hora, Foto!!! #1 – Jay F

Não é de hoje que eu quero testar minhas habilidades em fazer impressões de quadricromia CMYK utilizando a serigrafia artesanal que é praticada aqui no meu atelier. No passado, fiz uns testes com fotografias da Martha Cooper e uma foto de internet que eu não sei a autoria. O resultado ficava legal, o público curtiu e saíram muitas cópias.
Mas este ano consegui colocar em prática algo que era de meu desejo há muito tempo, e que eu tenho a impressão de que irá dar um gás nesse processo: A associação com pessoas que fotografam.
Sim, aqui na região tem muita gente que fotografa cenas belíssimas, tem olhares sensíveis, possuem técnicas e gosto pela atividade. Nada melhor para este projeto do que começar a imprimir em serigrafia as fotografias destas pessoas.
O processo foi simples. Primeiramente eu fiz um convite para a artista Jay, que fotografa de forma analógica, pinta aquarelas, vestuário, faz grafite, ou seja, multiartista. Ela tem um olhar bem sensível, a meu ver focando muito em coisas do cotidiano, objetos, passagens, curiosidades e suas fotos sempre me chamaram atenção. Conversei brevemente com ela sobre este projeto e ela topou no hora. Ela fez uma curadoria de algumas fotos que ela gostaria de ver impressas e me enviou através de uma nuvem. Aqui, juntei uma equipe nada especializada composta por eu, minha mãe, minha companheira, minha irmã e minha cunhada, e fizemos uma pequena votação das que nós gostamos mais. Acabou que não conseguimos decidir sobre apenas uma, e eu acabei imprimindo duas fotografias, ainda com chances de imprimir uma terceira. Porém, serão tópicos para postagens futuras.
Depois de trabalhar no Photoshop, fazer a separação de cores, regular os devidos ajustes, gravei as telas e logo comecei o processo de impressão.

Sobre a foto

Eu não posso falar pelas outras pessoas que participaram do processo decisório, mas irei soltar algumas palavras sobre o porque eu votei nesta foto.
Eu olho para a imagem e vejo uma cena de interior, comum, e que, de alguma forma, é universal. Um crânio de boi no poste, de olho em tudo que acontece. Espanta o que deve ser espantado, atrai o que deve ser atraído, inclusive nossos olhares. O crânio ocupa metade do quadro, e a outra metade o céu divide espaço com fiações do poste. Tudo está interligado. Cena pacata e cativante, bruta e serena, ofensiva e relaxada…

Especificações técnicas

Impresso com tintas Gênesis Hidrocryl Cromia em papel Canson 200g (branco e creme)
Tamanho A3 – 42×29,7 cm – formato paisagem
Preparação: 300 pixels/polegada, 15 linhas/polegada, formato diamante
Tela: Poliéster amarelo, 90/77 fios, chassi de alumínio
Rodo: Cabo de madeira, borracha amarela

A impressão serigráfica pode ser adquirida em nossa loja virtual (clique aqui)