Placa de Madeira

Mais um desafio laboral. Uma placa para um senhor de 91 anos de idade que decidiu montar um engenho de cana de açúcar para fazer rapadura lá em Araçuaí. Utilizei duas tábuas de Cedrinho, e o tamanho total é de 120cm x 60cm.

Horas de trabalho que foram subestimadas pela minha pessoa. Muita dor na colunas, nos ombros e no antebraço, além dos inúmeros calos nas mãos.

O tio e o avô da minha esposa/companheira me ajudaram no processo. Eles tinham mais ferramentas, espaços e conhecimento com trabalhos deste tipo. A ajuda deles foi essencial para a conclusão e acabamento do trabalho.

Mas o resultado ficou bem legal. A madeira foi tratada com cera negra queimada, lixa e verniz.

Sobre dedicação à madeira

Uma das coisas que tenho sentido um pouco de falta nesses dias é o trabalho de entalhe na madeira. Produzir xilogravuras é algo que me agrada muito, e nesses tempos de pandemia, onde estou prestando muitos serviços, sobretudo, de serigrafia, tenho me dedicado pouco à xilogravura. Tenho planejado algumas aulas relacionadas a esta técnica, porém me falta tempo de planejamento. Isso sem contar os vários projetos que eu tenho, mas que ainda não pude executar.

Comecei a fazer uma série de xilogravuras que relaciona a música com o ativismo, porém não terminei e nem cheguei a imprimir a primeira matriz da série. Também pretendia criar vários cartazes em xilogravura destinados ao ambientes urbano, para intervir em diversos locais, mas também nem comecei as impressões.

Sobre o tema de imigração e a treta das fronteiras, tenho trabalhado em uma matriz de xilo utilizando a música “Cruzando la Frontera“do grupo de cumbia chamado “Fuga”. A primeira matriz, feita em pau-marfim, já está pronta, mas ainda falta a segunda matriz, que será feita em linóleo, e, da mesma forma que tudo que eu planejei fazer nessa pandemia, não tive tempo de dar continuidade.

Bom, de qualquer forma, acho que esse registro vale a pena, se o blog foi criado para colocar minhas questões profissionais e meus desejos em relação à isso, acho que estou no caminho certo. No mais, se tudo der certo, teremos muitas novidades com essa técnica.

Oficina de Baren

Ontem rolou a primeira oficina de produção de baren tipo japonês. Apesar das 130 pessoas que acessaram o site de compra e inscrição, apenas duas realizaram o pagamento, e apenas uma compareceu.

Foi basicamente uma aula particular, e bem interessante no ponto em que eu fiquei muito mais próximo da aluna, que eu já conhecia, mas ainda com uma certa distância até então.

O programa foi bem simples. Apresentar os diversos tipos de barens e formas de impressão manual, iniciar a produção fazendo um bilhão de nós na linha; medir e cortar a fôrma da base; colar a linha nodulada; medir e cortar o pano do acabamento do baren.

Nesse ponto, paramos a produção para assistir a um vídeo em que um Mestre ensina a trabalhar com a folha de bambu para fazer o acabamento, e a forma como ele dá o nó final na folha para que ela fique firme. Houve uma breve conversa sobre as diferenças de materiais entre os barens, e logo retomamos com o processo de acabar e concluir o baren.

 

 

Como sempre acontece, houve uma pausa para o lanche, e logo colocamos a mão na massa para entintar matrizes e imprimir utilizando o Baren. Como a pressão da ferramenta e do braço atuam de forma diferente, é interessante compensar colocando uma quantidade maior de tinta na matriz, para que se consiga uma cor mais chapada/escura, sem fazer tanto esforço. Os orientais utilizam tinta a base de água no processo, e isso facilita o processo de impressão com baren. No caso da tinta gráfica, tudo deve ser adaptado.

Esse ano ainda acontecerão outras oficinas similares, espero que ainda em fevereiro eu consiga fechar as datas.

Xilogravura, turma 1

Passadas 3 aulas com a primeira turma do Curso de Xilogravura, escrevo agora sobre tudo que rolou até agora.

O cronograma está sendo cumprido à risca, e acho que conseguimos ver muito material audiovisual, matrizes e gravuras impressas para ter uma pequena noção do mar de possibilidades existentes na técnica da xilo.

Na primeira aula, conversamos sobre o termo “xilogravura”, o que significa, e como se diferencia de outras técnicas de reprodução da imagem. Vimos vários vídeos sobre o processo, folheamos livros, vimos muuuuitas imagens, e iniciamos o processo de fabricação de Baren, ferramenta de impressão manual.

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Na segunda aula, seguimos no processo de construção do Baren, e iniciamos a marcação do desenho na matriz de linóleo. Foi uma aula um pouco menos cansativa, mas o pano escolhido para montar o Baren estava um pouco grosso, e não foi possível terminá-lo neste dia.

Finalmente, na terceira aula e com o pano certo, finalizamos o Baren, e já começamos a melhor parte, que é a de cavucar a superfície do linóleo para gravar a imagem. Agora sim o assunto ficou sério. Conversamos sobre segurança, sobre estilos, como amolar as ferramentas, qual a finalidade das diferentes ferramentas e como devemos manusear as matrizes durante o processo de gravação.

Em todos os dias de curso eu ofereço lanche vegano feitos pela Abarca Cattering, da minha amiga Dani, e tem dado ótimos resultados. Comida gostosa deixa as pessoas mais alegres e dispostas.

Nas próximas duas aulas já iniciaremos o processo de gravação em madeira e o de impressão. Ansioso para esse dia chegar e poder mostrar o resultado dos trabalhos.

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